A História de Cleuriber-O Tormento (Parte I)

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A história de Cleuriber - o tormento (parte i) Top Msuic Gospel

Acordando

Durante uma noite de frio e muita chuva Cleuriber não consegue dormir, por conta de algumas lembranças que o atormentavam. Quando criança ele não tinha uma boa imagem dos homossexuais, lembrava-se de como seus pais o ensinavam a não gostar de qualquer pessoa que pudesse apresentar comportamentos duvidosos (soltar a franga). A imagem que não saía de sua cabeça era a de sua mãe na frente da casa, de bruços na parte de baixo de uma porta de dois rolos, falando para o pai dele (marido da dona Elízea), que se encontrava na cadeira de balanço da varanda, a seguinte frase:

_”Oia” pra isso Joaquim, aquele frango safado que tava dando pro marido de Roberta “tá” passando lá na esquina. Deve “tá” indo rodar a bolsinha. Aquele viado derrubado ainda tem coragem de passar por aqui? Ta vendo? Eu disse a Betinha que era pra ela ter cortado a cara dele com “bilí” (bilirio), mas essa quenga também não sabe “dale” em ninguém. Achei foi bom quando ela pegou esse frango e o safado do marido dela, quis “dale” no viado e o viado deu-lhe uma corça. Quem manda ser besta?_ Disse dona Elízea olhando para uma esquina que ficava a mais ou menos 60 metros de distância.

_”Tais venu isso onde mulé”?

_ Ali em baixo, tais cego é? É por isso que eu te digo, Joaquim, pra tu se converter, aceita Jesus “homi”, pra tu não cair numa desgraça dessa.

_Tu “num” ta vendo que eu “num” gosto de frango “mulé”? Tais de onda é?

Dona Elízea, antes que seu Joaquim terminasse da falar, fechou a porta com tanta força que a parte de cima da porta caiu e ficou pendurada por uma dobradiça velha e enferrujada que impediu que caísse totalmente. E saiu resmungando:

_Toda vez que se fala em Deus, esse “homi” vem com essas “inguinorança” pra dentro de casa._ Falou enquanto ia em direção à cozinha, deixando o filho e o marido boquiabertos e mudos de medo.

Momentos de reflexão

Não se sabe ao certo porque esta cena marcou tanto a vida do Cleuriber, já que isso era comum em sua família. Tanto a homofobia quanto o jeito meigo de conversar. Mas de fato aquilo o estava incomodando naquela noite, por isso decidiu beber um copo com água e sair na varanda um pouco, para refletir, mas só pôde fazer metade do que pretendia, já que sua varanda estava cheia de garotos comercializando e consumindo “variedades não recomendadas”.

O jeito foi refletir na cama mesmo e esperar o dia amanhecer para conversar com os pais e tentar descobrir por que essa cena não saia da sua cabeça. O que será que seus pais vão dizer? Não perca o próximo post! Se ainda não assinou a nossa newslatter, aproveite e assine para receber as informações diretamente no se e-mail.

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