Eu escrevo como se fosse salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida.
É com essa frase impactante e reveladora que abro esse artigo.
Mas, embora tenha sido um livro revelador, diferente e grandioso, confesso que não foi uma leitura muito agradável. Preciso repeti-lo depois de ler os outros livros da Clarice.
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Capa Livro Um Sopro de Vida |
Como já falei a autora é a Clarice Lispector e neste livro, diferentemente de todos os outros que eu já tenha lido dela, tem mais de uma linha de raciocínio sendo desenvolvidas paralelamente.
São dois narradores que se revesam durante o texto. Não qualquer texto. Textos profundos e intimistas. Por isso se tornou um livro pesado e confuso para mim, que ainda estava me acostumando à linha de raciocínio da autora.
Confesso também que não sei se esse foi todo o problema. Pelo que já li da Clarice não creio que ela tenha outros livros que me preparem para este.
O livro Um Sopro de Vida fala muito sobre a criação. As duas personagens são autoras. As duas refletem sobre isso.
Além da frase acima, que marca o mais desatento, outras que me chamaram a atenção foram:
O sofrimento por um ser aprofunda o coração dentro do coração.
Eu sou como as cigarras que explodem de tanto cantar. Quando é que explodirei? Que canto eu? Canto o esplendor de se morrer?
Sei. Profundas. Profundas como nunca ví a Clarice falar antes.
Não deixarei de recomendar o livro, só porque não tive a capacidade intelectual de amar este livro. É definitivamente um grande livro. Mas recomendarei que leia antes TODA a obra da Clarice Lispector. Só assim creio que terei material e contextualização suficiente para conseguir me prender a esta obra. Em sendo assim, te aconselho a fazer o mesmo.
Mas fica aqui a promessa de uma releitura. Quem sabe não acontece com este livro o que aconteceu com o Código Da Vinci? Que eu não consegui chegar nem à metade do livro e depois de cerca de dois anos me vi “devorando-o” apaixonadamente.
Você já leu Um Sopro de Vida? Como foi a sua história com este livro?